segunda-feira, 28 de março de 2011

Quantas línguas são faladas no Brasil?



Por Gabriela Patrocinio

Alem do português, o único idioma oficial há aproximadamente 180 outras línguas no Brasil. Isso sem considerar os imigrantes nem as pessoas que aprendem alguma língua estrangeira. São só os idiomas indígenas, falados por cerca de 160 000 pessoas.
Segundo o linguista Aryon Rodrigues, da UNB,  87% das línguas indígenas estão ameaçadas de “morte”, ou seja, as línguas com 10 ­­000­ falantes ou menos, ja fazem parte desse percentual. Se um idioma tem só um falante, ele já é considerado morto, pois essa pessoa não tem mais ninguém para conversar em sua língua.
Ao contrário das pessoas, línguas podem ressuscitar, desde que o conhecimento seja preservado (num dicionário, por exemplo) e passado adiante. Se a língua morre sem registro, ela é considerada extinta. De acordo com a lingüista Januacele da Costa, da UFPE, esse foi o destino de 1 200 idiomas brasileiros desde a chegada dos portugueses.  Na tentativa de salvar as línguas indígenas, lingüistas e professores se esforçam para ensiná-las às novas gerações. Hoje, há 2 422 escolas que oferecem alfabetização bilíngüe para as crianças índias.


A língua indígena mais conservada do Brasil, os tucunas, habitantes da região do alto Solimões, no Amazonas, aprendem sua língua nativa em escolas públicas – onde os professores são, em sua maioria, não-índios.
Não se sabe por onde anda o único falante, Sinfrônio Makú, de mais de 70 anos. A última notícia que se teve dele é que trabalhava como jardineiro em Boa Vista, Roraima.
Maria Xipáya, de Altamira, Pará, é a última falante de Xipaia. Ela é uma idosa que nem sabe a própria idade. A língua está sendo dicionarizada pela lingüista Carmen Lúcia Rodrigues, da UFPA.
O embiá é uma variante do guarani falada em 7 estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de Argentina e Paraguai. Os falantes do embiá também se comunicam em português.
Mais uma língua prestes a sumir do mapa: o índio Kwen, de aproximadamente 80 anos, é o único falante de Xetá e mora em Laranjeiras do Sul, Paraná.
Nheengatu
Conhecida como a língua geral amazônica – era usada por índios de diferentes etnias, além de caboclos –, é derivada do tupinambá. O idioma foi adotado pelo povo baré, do Amazonas, após o sumiço da própria língua.
Todas as pessoas que sabiam falar o idioma puruborá já morreram. Os índios da tribo, em Roraima, falam o português, mas alguns ainda conhecem poucas palavras da língua de seu povo.

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