sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Mente doentia e a sede de vingança

Por Rubens Pereira


A chacina no Realengo deixa um país sem saber o que fazer para se proteger desses tipos de ataques, sem explicação.
A falta de segurança que assola o nosso país atinge todos os níveis sociais. Será que no caso da Escola Municipal Tasso da Silveira, a tragédia não teria acontecido se a escola contasse com uma segurança eficaz?
Talvez dificultasse um pouco a violência sem escrúpulos que deixou um saldo de doze vidas interrompidas, crianças inocentes e cheia de sonhos.
Instalar em todos os estabelecimentos de ensino um esquema de segurança reforçado com detector de metais torna-se muito difícil, seja pela falta de recursos do governo e pela falta de vontade política.
Informações divulgadas pela imprensa deixam bem claro que se tratava de uma pessoa com uma mente doente, que só pensava em vingança. Uma vingança cruel e pessoal.


Wellington Menezes de Oliveira, planejou, estudou e calculou passo a passo o dia em que Realengo seria palco da maior chacina realizada em um estabelecimento de ensino. O acesso facilitado na escola, talvez por se tratar de um ex-aluno foi a porta de entrada para que Wellington colocasse em prática todo o seu plano, que tinha um único objetivo: o de matar crianças inocentes. E conseguiu.
A dificuldade de combater uma ação dessa natureza gera muita polêmica, por se tratar de um crime premeditado e planejado nos mínimos detalhes pois o assassino dispunha de todas as informações com riqueza de detalhes e estava com o firme  propósito de executar o crime.
Alimentado pela clara intenção de vingança, enganam-se quem atribui ou explora  esse crime a motivos religiosos.
Um sujeito que sabia  o que queria fazer e achava estar certo e que a sociedade tinha um débito e o momento de cobrar teve dia e hora marcada.
De acordo com suas cartas deixadas, demonstrou a intenção de se matar, após o ato consumado. Para que fugir então? Será que ele teve um momento de lucidez naquele momento?
Portanto, entendo que devemos fazer o seguinte: cuidar de quem está vivo, enterrar os mortos e fechar os portos. Não adianta buscar culpados. Temos sim que buscar soluções, no sentido de proteger nossa população, seja criança, jovens, adultos ou idosos.
Estamos todos à mercê dos ataques em qualquer lugar público ou não, o perigo é eminente até mesmo dentro de nossas próprias casas.


Um comentário:

  1. Desculpe meu ponto de vista, mas lá vai... É muito fácil apontar culpados, ou reforçar pontos que deveriam ser melhorados...
    Em momento algum acho certo, ou defendo o posicionamento, e o ato consumado de Wellington, porém ele é apenas mais uma vítima!
    Para um governo e uma sociedade totalmente desestruturada em que vivemos, é fácil culpar o Wellington pelo seu crime, só que o problema vem de muito antes...
    Nossa sociedade recrimina e repudia toda e qualquer diferença, seja social, econômica, religiosa. Nos achamos sempre os certos e não compreendemos o próximo e suas diferenças, limitações, pontos de vista. Quando escutamos o que estão falando é apenas para nos atermos a um ponto e reforçar o nosso. Não o ouvimos querendo compreender, mas sim atacar... Desde onde vem isso? Desde que crescemos e temos noção do quão selvagem somos, e o quanto precisamos sobreviver e ter status perante alguém ou um todo!
    O que a sociedade, hoje, faz para que atos como este não aconteçam mais? Quais as medidas que o governo está tomando? O que você está fazendo em relação a isso?
    Sabemos que a mentalidade de Wellington não era das mais estáveis, fato que encontramos em muitas pessoas por aí... E quando você encontra uma pessoa dessas qual sua atitude perante ela?
    Não vim aqui para trazer respostas, mas tentar acrescentar e fazer a todos refletirem...
    O problema não é o Wellington Menezes de Oliveira!!!
    A sociedade o fez ser como ele era! Não que todos serão assim, isso vai da sociedade, o que você vivencia, e muito de sua personalidade. É um todo e não apenas um elemento.
    Culparmos um elemento é fácil se não analisarmos as condições em que se vive, as pessoas com quem convivemos, o ambiente, isso tudo é o que forma uma pessoa, e no caso dele, sua saúde mental contribuiu e muito para o ocorrido.
    Assim como todos, chorei, fiquei horrorizada, e espero que fatos assim não se tornem corriqueiros. Me sensibilizo pelas crianças, pois elas ainda nada tinham haver com as loucuras e desigualdades que somos obrigados a viver, pois a maioria nada faz, apenas critica.

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